O 'corridinho' é a dança mais difundida no folclore algarvio do século XX. A sua origem é recente e remonta apenas ao início desse século. Poderá ter a sua raíz na ‘polka’, dança originária da Bohemia (actualmente República Checa) que se tinha alargado por toda a Europa como dança de salão. Diz a ‘lenda’ que um espanhol, Lorenzo Alvarez Garcia, cortejou uma jovem louletana, Maria da Conceição, dedicando-lhe a polca La Azucena, e que a partir dessa dança surgiu o corridinho algarvio, fruto de diversas adaptações progressivamente introduzidas na região. O acordeão, que começou a ser tocado no Algarve nos finais do séc. XIX, foi quase sempre o instrumento musical escolhido para criar o ambiente sonoro e impôr o ritmo característico dessa manifestação festiva popular.
Mário Costa (1902-1975), ilustrador e publicitário que se destacou nos anos de 1930 e 1940 ao serviço da propaganda institucional do Estado Novo, representou o corridinho através da imagem acima apresentada, integrada numa série de doze ilustrações sobre o folclore nacional. As outras imagens representam o 'vira' do Minho, a 'dança dos pauliteiros' de Trás-os-Montes, a 'chula rabela' do Douro, 'a farrapeira' e a 'tirana' da Beira Baixa, o 'fandango' do Ribatejo, o 'vira da Nazaré' e o 'bailarico saloio' da Estremadura, a 'dança das saias' do Alto Alentejo, a 'moda de bailar' do Baixo Alentejo e o 'bailinho' da Madeira.
Um pouco mais sobre Mário Costa no Almanak Silva, n' A Montra dos Livros, na Nova Casa Portuguesa e no Garfadas on line.