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  • Writer's pictureNuno de Santos Loureiro

Fotógrafos de Portimão


Carlos Alberto Osório, professor da Escola Secundária António Aleixo, em Portimão, e mestre em Produção, Edição e Comunicação de Conteúdos Multimédia pela Universidade do Algarve, publicou recentemente, através da Arandis Editora, Francisco Oliveira. Um Fotógrafo de Portimão.

Francisco Oliveira. Um Fotógrafo de Portimão.   ISBN não indicado   (W 29.7 cm H 21.0 cm)

É um livro muito útil para a história da fotografia no Algarve. Converte num documento acessível ao público a informação e a documentação até então confinadas no relatório da tese de mestrado de Carlos Osório. Este afirma que a sua obra é apenas “um modesto contributo para a história dos estudios fotográficos no Algarve”. Na mesma linha de contributos para a história da fotografia na região, tendo como pontos de partida a vida e a actividade profissional dos fotógrafos, existia apenas, para o Algarve, o livro Fotografar. A família Andrade, olhares sobre Tavira publicado em 2011 pela Câmara Municipal de Tavira.

Francisco Oliveira. Um Fotógrafo de Portimão está organizado em três capítulos principais: I. A Intimidade [infância, escola, juventude, família e amigos], II. O Fotógrafo Profissional [fotógrafo aprendiz, Oliveira fotógrafo, outros fotógrafos, Coleção Oliveira], e III. O Fotógrafo e a Cidade.

Francisco Oliveira com cerca de 18 e de 40 anos, e com 92 anos de idade

O primeiro capítulo apresenta e contextualiza o dia-a-dia de Francisco Oliveira, nascido em Julho de 1918 e natural de Estômbar, Lagoa. Para além da vida de um ser humano, é um apontamento sobre a vida de uma cidade. O segundo capítulo relata a aprendizagem de Francisco Oliveira com outros fotógrafos, como Fonseca Dias, Luís Urbano dos Santos e Francisco Santos, até se estabelecer por conta própria em 1940. Francisco Oliveira viria manter a sua actividade profissional até 2003 e no livro de Carlos Osório estão reproduzidos quer alguns dos numerosíssimos trabalhos de estúdio de Francisco Oliveira, quer envelopes e carteiras de fotografias, quer imagens dos próprios estúdios e estabelecimentos comerciais do fotógrafo algarvio. É também referida a existência de uma colecção de cerca de 29.000 negativos de Francisco Oliveira, adquirida em 2009 pela Câmara Municipal de Portimão e conservada no respectivo Museu. Pena que Carlos Osório não tivesse (talvez por falta de oportunidade) ‘mergulhado’ na colecção e dela apresentado mais elementos no seu livro.

O terceiro capítulo compõe-se com um conjunto de imagens feitas pelo fotógrafo, fora do seu estúdio e principal ambiente de trabalho. Destacam-se as fotografias de arquitectura e paisagem, de Portimão e arredores, quase sempre evitando o registo da figura humana, a par de algumas fotografias do cais de Portimão, dos estaleiros e da indústria conserveira, plenas de vida e dinâmica sócio-económica. Por fim, o livro integra ainda mais dois capítulos, um sobre Eventos e Inaugurações [O “Regresso” de Teixeira Gomes, Central Elétrica, Nevão no Algarve, Barragem da Bravura, Porto de Portimão, Cargueiro Annalisa, Carnaval “civilizado”, Comemorações Henriquinas, Festas de Sta. Catarina] fotografados por Francisco Oliveira e outro sobre Exposições e Homenagens.

Fonseca Dias (1874-1959). Fotógrafo de Vila Nova de Portimão.   ISBN não indicado   (W 17.0 cm H 21.0 cm)

Para além de Francisco Oliveira. Um Fotógrafo de Portimão, Carlos Alberto Osório publicou Fonseca Dias (1874-1959). Fotógrafo de Vila Nova de Portimão e primeiro mestre de Francisco Oliveira. É uma obra mais pequena mas não menos relevante, até porque se debruça sobre um fotógrafo nascido quase cinco décadas antes de Oliveira, profissionalmente estabelecido com cerca de quatro décadas de antecipação, e um dos pioneiros na instalação de estúdios fotográficos no Algarve. Organizada em breves capítulos, a edição resume elementos que Carlos Osório foi reunindo e que, para além da sua intrínseca importância, constituem ‘pistas’ para futura e mais aprofundada investigação sobre o multifacetado personagem que foi Victorino da Fonseca Dias. O livro tem uma tiragem ainda mais reduzida, de apenas 200 exemplares, e pode ser adquirido na loja online da editora Arandis.

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