Tudo começa ainda noite cerrada. Depois de um breve briefing no conforto do Morgado do Reguengo, em Portimão, um ‘comboio’ de carros puxando grandes atrelados dirige-se para um descampado e, ao chegar, distribui-se pelo mesmo. Cada carro transporta uma equipa de balonistas e, claro está, cada atrelado um balão.
É necessária uma hora de intensa actividade para que tudo esteja a postos. Desenrolar o balão, fixá-lo ao cesto, colocar as garrafas de gás, seguir todo um protocolo de segurança. Encher o balão é tarefa que começa com a ajuda de um enorme ventilador e depois conclui-se com o calor das ruidosas chamas que saem dos queimadores de gás propano. Lentamente, os balões vão tomando formas reconhecíveis ao mesmo tempo que os primeiros raios de sol vão iluminando o local.
Tudo pronto, passageiros a bordo. Eu vou no balão da Rubis Gás conduzido por Guido van der Velden dos Santos, da Windpassenger.pt. É ele o director do Rubis Gás UP Algarve - festival internacional de balonismo - que decorre de 24 a 28 de Outubro de 2018. São 8h15 e a manhã está clara e límpida, sem vento. É o último balão a levantar e à nossa frente, silenciosos e lentos, voam mais de uma dúzia de balões. Inicialmente estamos a poucos metros do chão, por cima dos campos de golfe, e vamos acompanhando o ondulado do relevo. Enquanto eu fotográfo o Guido vai abrindo o queimador de onde sai uma chama com alguns metros e, de imediato, o ar aquece e o balão sobe um pouco. Tudo suave como quem paira no ar. O Guido vai também, ao telemóvel, dando algumas indicações ao carro que nos segue: “Quando chegares a uma rotunda que te vai aparecer daqui a pouco, vira à direita e depois pára e espera...”. É o carro que nos irá recolher quando o voo terminar.
A luz da manhã vai-se tornando mais esbranquiçada porque há alguma neblina que se vai formando. Mesmo assim voamos tranquilamente em direcção a Lagos, a baixa altitude. Vemos em detalhe as casas, as piscinas, as estradas, as árvores, os campos, um rebanho de ovelhas, as pessoas. Alguma acenam, outras tiram-nos fotografias. Duas dezenas de coloridos balões a sobrevoar o Algarve não é todos os dias. Ao fundo, Portimão, Alvor, Mexilhoeira Grande. Muito ao fundo Lagos e, com dificuldade, adivinha-se Sagres. Monchique, claro está, impõe-se a Norte.
Poucos minutos passam das 9h30 quando aterramos com toda a suavidade num terreno agrícola. Percorremos, em linha recta, cerca de 12,2 km, ou seja, avançámos a uma vertiginosa velocidade de 10 km/h! Mas antes tivemos a grata possibilidade de subir até cerca de 750 metros acima do solo. Lá em baixo ficava tudo muito pequenino. Vimos todos os outros balões a aterrar, os carros a serpentear na A22, o Oceano Atlântico, a Natureza e a sua ocupação pelo Homem. Só nos faltou uma atmosfera um pouco mais límpida para ver tudo na perfeição, até onde a vista pudesse alcançar.
Este passeio aconteceu, na verdade, integrado no Rubis Gás UP Algarve - festival internacional de balonismo. Foi ontem, 25 de Outubro. Hoje, 26, se as condições meteorológicas o permitirem, à noite haverá voos cativos a partir da Pista de Atletismo de Faro e um espectáculo com balões de ar quente iluminados. Amanhã, sábado, a caravana dirige-se a Lagos. Voos de manhã e à tarde, animação à noite. No domingo a festa é em Alvor e durará até ao final do dia!
Todos os detalhes podem ser descobertos em www.facebook.com/rubisgasup/
Estas 40 fotografias foram partilhadas no Facebook do evento e também no jornal Barlavento.