Se existisse um Plano Regional (leia-se Algarvio) de Leitura o MANIFESTO de Jacinto Palma Dias seria obra de leitura obrigatória. Mas sendo Nacional o tal Plano de Leitura, o referido livro será, por certo, arrumado na prateleira das publicações para indispensável esquecimento.
Jacinto Palma Dias conhece e compreende o Algarve e a sua história como ninguém. Em MANIFESTO escreve-o, descreve-o desde longínquos tempos, quando se encontrava uma região com identidade, força e afirmação próprias, até a uma actualidade em que só sobressai a 'marca branca algarve'. Citando-o: ousar 'elaborar uma História do Algarve consiste em profanar um tabu, isto é, a própria História de Portugal.'
É um retrato compungente. Um relato de homens de costas erguidas que amiúde tropeçam e caiem. E que se levantam diversas vezes ao longo dos longos séculos da história algarvia. O MANIFESTO é afinal um despertador psicológico, um elixir para lavagens oftálmicas. Na sua posologia recomendam-se três leituras atentas a todos os algarvios de costela e alma, já que nos seus períodos bons a região foi sempre pertença de um povo de culturas...