Da Praia do Amado a Odeceixe, o litoral do concelho de Aljezur já não o co(n)vida e por isso ficou deserto...
No ar há uma beleza penetrante e perturbadora. Ninguém, nenhum carro, autocaravana ou wild camper, praias desertas, múltiplas, repetitivas e variadas barreiras a impedir a circulação habitual, comércio e serviços fechados ou a precisar de afirmar que não é assim. A capital do surf algarvio capitulou e o sabor da batata-doce consta que já estará a amargar...
Local condicionado é a frase preferida de quem mais ordena por estes dias. Foi o que conclui no passado domingo, 19 de Abril de 2020, quando fui um irresponsável e atravessei o concelho de Aljezur pelo litoral, de Sul para Norte!
Ao modelo de turismo de natureza que tem reinado no litoral de Aljezur, nos mais recentes anos, foi imposta uma quebra abrupta e agora está na moda afirmar-se que o novo normal será muito diferente do passado recente. Aljezur poderá ser um exemplo disso? Que turismo surgirá num futuro próximo? Que impacte irreversível na biodiversidade, na sociedade e na economia aljezurense tem o COVID-19? Como é que território e população se vão adaptar ao novo normal, quando eles mesmo, no presente, já são tão peculiares?
O futuro o dirá!
O irmão pobre do turismo é o alojamento local, para o qual se prevê um grande tombo...
Vai ser o contrário. Vai haver um crescimento dessa actividade. O que é uma família prefere? Ir para um resort com mais 200 pessoas, ou ir com para uma casa simpática em ambiente controlado, desde que haja garantias de limpeza e de higiene? Parece-me óbvio, quer ir para a casa. É o que eu acho. Uma certeza tenho: em todos os sectores do turismo vai haver uma queda de preços, neste também, e tão cedo não se voltarão aos preços e às taxas de ocupação anteriores. Excerto da entrevista a Mário Ferreira, dono do grupo Mystic Invest, empresa de cruzeiros de mar e de rio e de hotéis, no Público de 21 de Abril de 2020!
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