O incêndio florestal e rural que atingiu a Serra de Monchique entre 3 e 10 de Agosto de 2018 afectou fortemente os concelhos de Monchique (167,5 km2 arderam, o que corresponde a mais de 42% da área total do concelho) e de Silves (96,7 km2). O concelho de Portimão também foi tocado, mas apenas de forma marginal (3,4 km2).
Os impactes ambientais e sócio-económicos são enormes, persistem, estão ainda muito marcados na paisagem! A seca severa que afecta o Algarve não ajudou à recuperação dos eucaliptos e sobreiros que arderam mas não ficaram carbonizados, e os matos não ocuparam os solos deixados a nú pela passagem das chamas.
A sensação é que há um deserto que se apodera do território. As pessoas já não têm energia física, psicológica e económica para reagir e deixam os seus terrenos ao abandono. Há, na verdade, uma sensação de fim de linha. A resiliência ambiental e sócio-económica esgotou-se e uma página na paisagem foi virada. Agora o que há para ler são histórias de desertificação...